quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Sem retrocessos

Eu professora, não estou no ensino para doutrinar alunos, não tenho ou quero falar sobre partidos políticos. Quero formar cidadãos e falar sobre política em qualquer momento é importante!!!!!!!!!!!!!
Não posso ensinar conteúdo sem contextualizar com o dia-a-dia do aluno. Meus alunos são seres humanos, não são peças de máquinas, não trabalham iguais. Não consigo ensinar sem observar o comportamento do aluno, sua vida. Não posso trabalhar criacionismo sem falar de Big-Bang, sobre a evolução das espécies. A ciência anda junto com a religião. Não posso discutir Segunda Guerra Mundial olhando o lado nazista sem olhar o lado judeu, ensinar escravidão olhando o lado dos fazendeiros sem olhar o lado dos escravos. Não posso ensinar meu aluno sem o dar a liberdade de deixá-lo pensar. Sou um MEDIADOR e não será impondo algo que atingirei meus objetivos. Aliás, não ensino meu aluno só os conteúdos, pois meus conteúdos vão muito mais além. O ensino envolve mais que conteúdo, envolve o lado social, porque a inteligência humana é emocional, cognitiva e para desenvolver o pensamento analítico e crítico é necessário estimular o aluno a pensar e não é tendo um ensino à distância que se conseguirá, criança e adolescente não. Ensino meu aluno a lutar por seus direitos, pois ele será mais que um mandado do sistema, ele questiona, ele pesquisa, ele sugere. O jovem de hoje não quer doutrina, quer liberdade de expressão. Quer ser ouvido, quer ser respeitado e a liberdade quando bem trabalhada, ela gera envolvimento do adolescente a cumprir corretamente com suas obrigações, o que também os tira de caminhos como os das drogas. Na medida que souberem pensar, não falarão essas asneiras faladas por aí, não as apoiarão. Estamos na história contemporânea e não na medieval. Não posso ensinar genética sem ensinar ética. Não posso falar sobre aborto sem falar sobre seus riscos, falar de estupro e ISTs (DSTs), órgãos sexuais, higiene pessoal, sem ensinar educação sexual. Precisamos dar aula com liberdade, sem nos sentirmos oprimidos. Para que nossos alunos sejam daqueles cidadãos que lutam por seus direitos e os defendam com unhas e dentes e para que não sejam desses tantos analfabetos funcionais, que colaboram para a classificação em segundo lugar no ranking mundial. Precisamos de seu envolvimento como ser humano. É necessário se visitar uma escola ou conversar com professores e funcionários de escolas públicas para verificar do que uma escola realmente precisa para funcionar bem. Do que precisamos não é crítica ou desprezo de uma sistema fascista que quer usar os alunos para investigar professores, do que precisamos é estrutura, é aperfeiçoamento, é material, é valor, é salário e de preferência melhor e em dia, e antes de tudo, principalmente, é respeito.

Por: Ana Cláudia da Silva Triches


http://youtu.be/TJnpsuv3E7s

Seguidores